segunda-feira, 11 de abril de 2011

Violência em escolas não pode ser combatida com medidas repressivas, diz socióloga


Quero chamar a atenção para este fato triste que aconteceu em nosso país. Todo e qualquer esforço no sentido de entender ou identificar as razões que promove tamanha violência nas escolas, passa necessariamente por uma análise em conjunto da comunidade onde a escola está inserida.“Esse caso [o massacre de alunos em uma escola pública de Realengo, no Rio] nos adverte para uma violência que vem de fora para dentro da escola. E ela não tem diretamente nada a ver com isso”, defende a socióloga Miriam, que já coordenou várias pesquisas sobre educação e violência e é professora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).A especialista alerta que a violência mais grave ocorre dentro dos próprios colégios nas relações sociais entre os alunos, professores e outros membros da comunidade escolar. A falta de respeito, o preconceito e a homofobia transformaram a escola em o local que reproduz a violência que vem de fora. Segundo ela, não será possível saber quais motivos levaram Wellington Menezes de Oliveira, a atirar contra estudantes e funcionários da Escola Municipal Tasso da Silveira nesta quinta-feira.
“Nunca vamos saber porque ele não está aqui mais para contar. Nunca saberemos se ele teve problemas naquela escola e o que aquele lugar significava para ele. De acordo com Miriam, tentativas de aparelhar escolas com equipamentos de segurança e policias, como em escolas  de Nova York, não foram capazes de reduzir os índices de violência. “Mesmo que tivesse um policial dentro da escola aquilo teria acontecido. Não foi um desleixo da escola porque o atirador era conhecido. A violência vem de fora para dentro, mas as escolas têm suas próprias violências também nas relações sociais. Mas é só a que vem de fora que a gente fica sabendo.” Então fica aí essa reflexão para educadores!!!